A tez, negra e
repousante da noite, reavivou meu
metabolismo humano. Não possuo a olho nu essa bela cor de ancestrais imponentes
e redentores de sabedoria. É preciso olhar a minha árvore genealógica sanguínea
e investigar a melanina que se encontra oculta por entre os meus genes. Sei que
se encontra em algum lugar: está na minha genealogia da alma. Sou negra de
alma! Negra
da noite; negra da pele de pantera; negra da pérola rara; amo o samba de raiz
negra! Sou toda negra! Que bênção!
Alma negra
nasceu liberta! Alma dos grandes guerreiros africanos que lutaram até o
fim de sua geração. A minha
alma é toda negra e sem correntes. Guerreiros nascem sem grilhões! Não há grilhões de ferro no ventre materno!
Há alma feita de cordão umbilical que protege e, por amar, deixa que os pulmões
do rebento guerreiro tomem a propulsão da vida!
Nascemos livres de corpo e de alma! Viva minha alma negra!!!